Seguindo movimento internacional, varejo migra de shoppings para Strip Malls

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O mundo todo sofre uma grande transformação do varejo com a pandemia de Covid-19. Empreendedores e lojistas, além de precisarem arcar com as perdas operacionais de 2020, precisam, ainda, pagar empréstimos públicos e buscar inovação. Neste cenário, cresce o êxodo dos shopping centers pelos altos custos.

O movimento, que também se observa no Brasil, é algo global. Em recente entrevista ao portal Global Retail News, Emmanuel de Courcel, CEO da consultoria Retail In, disse que “antes da Covid-19, os varejistas e as marcas tinham de estar muito visíveis em locais nobres, mesmo se você não ganhasse muito dinheiro.”

Agora, segundo ele, os varejistas lutam pela sobrevivência. “Vários dizem que planejam sair dos grandes shoppings de primeira linha, porque não faz sentido eles permanecerem e perderem dinheiro. Um investimento mais robusto pode ser feito em locais que oferecem conveniência e proximidade com o cliente”, completou.

A administradora de shopping centers premium Unibail-Rodamco-Westfield informa que a taxa de vacância cresceu para 4,9% na Europa Continental, 9,7% no Reino Unido e 13,1% nos Estados Unidos. No Brasil, o movimento segue igual, com maior aderência aos Centros Comerciais de proximidade, como os Strip Malls.

“É claro que o setor de shopping centers vai se reinventar e se recuperar, mas, o que observamos atualmente é que o consumidor tem buscado soluções próximas à sua casa, onde possam resolver tudo em um só local mais aberto, fácil de entrar e sair e conveniente”, explica Marcos Saad, sócio da MEC Malls, que faz a concepção e gestão de Strip Malls no Brasil, e presidente das ABMalls (Associação Brasileira de Strip Malls).

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De acordo com a ABMalls, esse tipo de empreendimento deve reunir um mix de lojas específico, incluindo drogarias, banco, supermercado, pet shop, academia, doceria e outros estabelecimentos que facilitem a rotina do cliente, mas não rivalizem entre si.

Outra vantagem, na comparação com os shopping centers, são os valores de aluguel e condomínio bem mais baixos, o que atrai cada vez mais lojistas para essas operações.

Segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o setor de shopping centers voltou ao patamar de 11 anos atrás, com retração de 3,2% no faturamento dos lojistas.

O mundo inteiro, em seus diversos setores e segmentos, tem se deparado com enormes desafios, e a necessidade de praticar a resiliência e repensar seus negócios. Para Saad, o segredo é inovar constantemente. “Os centros comerciais, nas suas mais diversas modalidades, têm que encarar a constante adoção de mudanças e a proximidade com o consumidor como parte do seu dia a dia”, conclui.