Ser “phygital”: um dos segredos para crescer no varejo

A união entre os universos físico e digital (que gerou o termo phygital) é realidade em inúmeras redes de varejo. Cada vez mais, essa integração entre canais é necessária para atender às necessidades e mudança de comportamento do consumidor.

O e-commerce, que cresceu muito especialmente nos últimos anos, não fará as lojas físicas sumirem. O que se observa, no entanto, é a integração entre ambos – sempre com foco em trazer mais facilidade ao cliente.

“Diversos segmentos têm superado os resultados pré-pandemia de 2019, com metas agressivas de expansão. As empresas estão revendo seus modelos de lojas e mix de produtos, atentas aos desejos dos consumidores e a proporcionar uma verdadeira experiência de consumo”, avalia Marcos Saad, um dos sócios da MEC Malls, empresa que faz a concepção, gestão e comercialização de strip malls.

Segundo o executivo, a coleta e tratamento das informações sobre o perfil, hábitos de consumo e desejos de cada faixa etária e nível de renda tem sido o diferencial das empresas que lideram o novo mercado.

Apenas em 2020, segundo o indicador de consumo MCC-ENET, o e-commerce brasileiro cresceu 78%. Ainda em dezembro de 2020, uma pesquisa realizada pela Criteo apontou que 56% desses consumidores estavam comprando online pela primeira vez.

Dentro do conceito de phygital está a ideia de trazer o máximo de fluidez entre as experiências de consumo on e offline. Com isso, há integração total entre os canais da marca.

“Mesmo estando mais online, o consumidor ainda valoriza a possibilidade de manusear produtos, esclarecer dúvidas com atendentes reais e, em alguns casos, aconselhado sobre o que comprar”, diz Saad. “Por isso mesmo, é muito importante estar presente em shopping centers ou centros de conveniência, como os strip malls”, completa.

Atualmente, o segmento das lojas virtuais tem surpreendido com a aceleração da abertura de lojas físicas. Alguns exemplos de marcas que começaram virtuais e se tornaram físicas são Mobly, Amazon, Amaro, entre tantas outras.

“No dia a dia, isso quer dizer que o consumidor pode transitar pelos dois ambientes durante o contato com uma empresa. Isso acontece, por exemplo, quando ele inicia sua jornada de compra em um e-commerce, conclui seu pedido online e escolhe retirá-lo em uma loja física”, enfatiza Saad, que também preside a Associação Brasileira de Strip Malls (ABMalls).

Ele cita um dos empreendimentos da MEC Malls, o Villa Multimall, que abriga uma loja da gigante de móveis e decoração Mobly. Desta forma, a loja funciona como um hub, proporcionando uma entrega rápida e com baixo custo de frete aos consumidores residentes na área de influência primária da loja (do inglês “last mile”).

Neste cenário, o segmento dos strip malls tem presenciado e se beneficiado das redes de varejo que nasceram digitais e buscam nas lojas físicas sua expansão, considerando que são centros comerciais de rua, localizados dentro dos bairros e oferecendo conveniência aos consumidores com vagas de estacionamento gratuitas, segurança e limpeza em um ambiente agradável.

“O consumo de vizinhança ou localidade tem crescido de forma vertiginosa, mostrando-se como um nicho de mercado promissor e permanente”, explica Saad.